segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ana Maria Machado mergulha na poesia e fala sobre sua infância



"Uma das mais importantes autoras de literatura infantil no Brasil (Ana Maria Machado) fala de poesia. Neste vídeo, relembra sua infância e outras histórias"

Ziraldo e a Literatura Infantil



A editora-assistente de Educação e Cultura, Cristiane Rogerio, bateu um papo animado com o escritor e ilustrador Ziraldo sobre literatura infantil.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Programa Nacional Biblioteca da Escola-PNBE

O Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) promove o acesso à cultura e o incentivo à formação do hábito da leitura nos alunos e professores por meio da distribuição de acervos de obras de literatura, de pesquisa e de referência. Desde que foi criado, em 1997, o programa vem se modificando e se adequando à realidade e às necessidades educacionais. Sob a gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), tem recursos financeiros originários do Orçamento Geral da União e da arrecadação do salário-educação.
O PNBE atende, em anos alternados, à educação infantil e ao primeiro segmento do ensino fundamental e ao segundo segmento do ensino fundamental e ensino médio. As obras distribuídas incluem textos em prosa (novelas, contos, crônica, memórias, biografias e teatro), obras em verso (poemas, cantigas, parlendas, adivinhas), livros de imagens e livros de histórias em quadrinhos.

Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12368&Itemid=574
Poesia Infantil de Olavo Bilac

                    A casa  

Vê como as aves tem, debaixo d'asa,
O filho implume, no calor do ninho!...
Deves amar, criança, a tua casa!
Ama o calor do maternal carinho!
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Dentro da casa em que nasceste és tudo...
Como tudo é feliz, no fim do dia,
Quando voltas das aulas e do estudo!
Volta, quando tu voltas, a alegria!
.
Aqui deves entrar como num templo,
Com a alma pura, e o coração sem susto:
Aqui recebes da Virtude o exemplo,
Aqui aprendes a ser meigo e justo.
.
Ama esta casa! Pede a Deus que a guarde,
Pede a Deus que a proteja eternamente!
Porque talvez, em lágrimas, mais tarde,
Te vejas, triste, desta casa ausente...
.
E, já homem, já velho e fatigado,
Te lembras da casa que perdeste,
E hás de chorar, lembrando o teu passado...
- Ama, criança, a casa em que nasceste!



Olavo Bilac - Poesias Infantis


A 1º. edição é de 1904, pela Francisco Alves. As poesias de Olavo Bilac dirigidas às crianças foram constantemente reproduzidas nos livros didáticos e recitadas na escola, durante várias décadas.
Disponível em :
Sussurrando Poesias na UFAL

No dia 15 de junho de 2011 a poesia ecoou na UFAL, nós alunas do 4º período vespertino do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas, referente a disciplina de Literatura Infantil orientado pela Professora Giselly Lima de Moraes, sussurramos poesias de autores consagrados no Centro de Educação (CEDU), em frente à Biblioteca e também no restaurante da Universidade (RU). Foi uma experiência maravilhosa, ao sussurrarmos observamos a doçura e o encanto que a poesia trás para as pessoas. Nossa Professora Giselly está de parabéns pela iniciativa, pela dedicação e também pela forma maravilhosa que nos conduziu para elaborar esse trabalho maravilhoso.   

Adjane Santos e Laura Antunes



Manifesto dos Sussurradores de Poesia

Os sons mais característicos do mundo atual são, de fato, barulho, ruído.
Esta inquietude em face do que ouvimos está cada vez mais forte e inspira a arte contemporânea através de propostas que incorporam, ao sentido da visão, a experiência auditiva. Não raro, essas experiências remetem aos sons da cidade, à velocidade, à dificuldade de comunicação, à superposição de vozes, ao grito... ao incômodo.
A arte nos diz: o som é uma dimensão que já não sabemos habitar. A ausência de som, nossa utopia.
Há quem diga que os novos sinais de riqueza se mostram através da posse do tempo, do espaço e do silêncio. Os sons nos empobrecem?
Ainda temos a música e a palavra (bem) falada.
A palavra ao ouvido - o sussurro - é a nossa escolha. Gostamos deste espaço intermediário entre o som e o silêncio, onde estes extremos se tocam.
Inspiramo-nos no grupo performático francês Les Souffleurs (literalmente, Os Sopradores), que realiza intervenções em várias cidades do mundo sussurrando fragmentos de textos poéticos e filosóficos no ouvido das pessoas, numa tentativa de desaceleração do mundo.
“Comandos Poéticos” é a performance mais famosa dos Les Souffleurs e foi apresentada na cidade de São Paulo, na Virada Cultural de 2009, quando sussurraram poesia em praças e bibliotecas.
Como o grupo Les Souffleus, usamos um tubo para sussurrar os textos. Optamos por reaproveitar tubos de papel que, na nossa proposta, se tornam um objeto lúdico, belo e que recupera o gosto das brincadeiras simples de antigamente.
Propomos-nos a usar a poesia como delicado presente, que se leva da boca ao ouvido. Começaremos pelas crianças, elas que estão sempre mais atentas e abertas. Queremos brincar de, por um instante, silenciar o mundo com um poema. E que elas sigam com a idéia.
Aos poucos, vamos incluindo outras gentes que se disponham a interromper a tagarelice do mundo com segundos de poesia.

Por: Giselly Lima
Disponível em: http://troposliquidos.blogspot.com/2009/12/1-dia-de-poesia-sussurrada-no-bazar-dos.html

domingo, 29 de maio de 2011

Fico à espera

o vídeo tem um significado simbólico mas ao mesmo tempo real, onde o vocês vão perceber sempre que a presença do fio vermelho traz um significado...Vídeo foi apresentado a turma da Eletiva pela professora Gisely, não sei as outras pessoas, mas eu me emocionei...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

vídeo sobre a importância de ler...

A literatura e os estágios psicológicos da criança.

Durante o seu desenvolvimento, a criança passa por estágios psicológicos que precisam ser observados e respeitados no momento da escola de livros para ela. Essas etapas não dependem exclusivamente de sua idade, mas de acordo com Coelho (2002) do seu nível de amadurecimento psíquico, afetivo e intelectual e seu nível de conhecimento e domínio do mecanismo da leitura. Neste sentido, é necessária a adequação dos livros às diversas etapas pelas quais a criança normalmente passa. Existem cinco categorias que norteiam as fases do desenvolvimento psicológico da criança: o pré-leitor, o leitor iniciante, o leitor-em-processo, o leitor fluente e o leitor crítico.
O pré-leitor: categoria que abrange duas fases.Primeira infância (dos 15/17 meses aos 3 anos) Nesta fase a criança começa a reconhecer o mundo ao seu redor através do contato afetivo e do tato. Por este motivo ela sente necessidade de pegar ou tocar tudo o que estiver ao seu alcance. Outro momento marcante nesta fase é a aquisição da linguagem, onde a criança passa a nomear tudo a sua volta. A partir da percepção da criança com o meio em que vive, é possível estimulá-la oferecendo-lhe brinquedos, álbuns, chocalhos musicais, entre outros. Assim, ela poderá manuseá-los e nomeá-los e com a ajuda de um adulto poderá relacioná-los propiciando situações simples de leitura.
Segunda infância (a partir dos 2/3 anos) É o início da fase egocêntrica. Está mais adaptada ao meio físico e aumenta sua capacidade e interesse pela comunicação verbal. Como interessa-se também por atividades lúdicas, o “brincar”com o livro será importante e significativo para ela.
Nesta fase, os livros adequados, de acordo com Abramovich (1997) devem apresentar um contexto familiar, com predomínio absoluto da imagem que deve sugerir uma situação. Não se deve apresentar texto escrito, já que é através da nomeação das coisas que a criança estabelecerá uma relação entre a realidade e o mundo dos livros.  
Livros que propõem humor, expectativa ou mistério são indicados para o pré-leitor.
A técnica da repetição ou reiteração de elementos são segundo Coelho (2002, p.34) “favoráveis para manter a atenção e o interesse desse difícil leitor a ser conquistado”. O leitor iniciante (a partir dos 6/7 anos) Essa é a fase em que a criança começa a apropriar-se da decodificação dos símbolos gráficos, mas como ainda encontra-se no início do processo, o papel do adulto como “agente estimulador” é fundamental.
Os livros adequados nesta fase devem ter uma linguagem simples com começo, meio e fim. As imagens devem predominar sobre o texto. As personagens podem ser humanas, bichos, robôs, objetos, especificando sempre os traços de comportamento, como bom e mau, forte e fraco, feio e bonito. Histórias engraçadas, ou que o bem vença o mal atraem muito o leitor nesta fase. Indiferentemente de se utilizarem textos como contos de fadas ou do mundo cotidiano, de acordo com Coelho (ibid, p. 35) “eles devem estimular a imaginação, a inteligência, a afetividade, as emoções, o pensar, o querer, o sentir”.
O leitor-em-processo (a partir dos 8/9anos) A criança nesta fase já domina o mecanismo da leitura. Seu pensamento está mais desenvolvido, permitindo-lhe realizar operações mentais. Interessa-se pelo conhecimento de toda a natureza e pelos desafios que lhes são propostos. O leitor desta fase tem grande atração por textos em que haja humor e situações inesperadas ou satíricas. O realismo e o imaginário também agradam a este leitor. Os livros adequados a esta fase devem apresentar imagens e textos, estes, escritos em frases simples, de comunicação direta e objetiva. De acordo com Coelho (2002) deve conter início, meio e fim. O tema deve girar em torno de um conflito que deixará o texto mais emocionante e culminar com a solução do problema. 

O leitor fluente (a partir dos 10/11 anos) O leitor fluente está em fase de consolidação dos mecanismos da leitura. Sua capacidade de concentração cresce e ele é capaz de compreender o mundo expresso no livro. Segundo Coelho (2002) é a partir dessa fase que a criança desenvolve o “pensamento hipotético dedutivo” e a capacidade de abstração. Este estágio, chamado de pré-adolescência, promove mudanças significativas no indivíduo. Há um sentimento de poder interior, de ver-se como um ser inteligente, reflexivo, capaz de resolver todos os seus problemas sozinhos. Aqui há uma espécie de retomada do egocentrismo infantil, pois assim como acontece com as crianças nesta fase, o pré-adolescente pode apresentar um certo desequilíbrio com o meio em que vive.
O leitor fluente é atraído por histórias que apresentem valores políticos e éticos, por heróis ou heroínas que lutam por um ideal. Identificam-se com textos que apresentam jovens em busca de espaço no meio em que vivem, seja no grupo, equipe, entre outros.É adequado oferecer a esse tipo de leitor histórias com linguagem mais elaborada. As imagens já não são indispensáveis, porém ainda são um elemento forte de atração. Interessam-se por mitos e lendas, policiais, romances e aventuras. Os gêneros narrativos que mais agradam são os contos, as crônicas e as novelas.
O leitor crítico (a partir dos 12/13 anos) Nesta fase é total o domínio da leitura e da linguagem escrita. Sua capacidade de reflexão aumenta, permitindo-lhe a intertextualização. Desenvolve gradativamente o pensamento reflexivo e a consciência crítica em relação ao mundo. Sentimentos como saber, fazer e poder são elementos que permeiam o adolescente. O convívio do leitor crítico com o texto literário, segundo Coelho (2002, p.40) “deve extrapolar a mera fruição de prazer ou emoção e deve provocá-lo para penetrar no mecanismo da leitura”.
O leitor crítico continua a interessar-se pelos tipos de leitura da fase anterior, porém, é necessário que ele se aproprie dos conceitos básicos da teoria literária. De acordo com Coelho (ibid, p.40) a literatura é considerada a arte da linguagem e como qualquer arte exige uma iniciação. Assim, há certos conhecimentos a respeito da literatura que não podem ser ignorados pelo leitor crítico.

 
Conclusão
Desenvolver o interesse e o hábito pela leitura é um processo constante, que começa muito cedo, em casa, aperfeiçoa-se na escola e continua pela vida inteira. Existem diversos fatores que influenciam o interesse pela leitura. O primeiro e talvez mais importante é determinado pela “atmosfera literária” que, segundo Bamberguerd (2000, p.71) a criança encontra em casa. A criança que houve histórias desde cedo, que tem contato direto com livros e que seja estimulada, terá um desenvolvimento favorável ao seu vocabulário, bem como a prontidão para a leitura.
De acordo com Bamberguerd (2000) a criança que lê com maior desenvoltura se interessa pela leitura e aprende mais facilmente, neste sentido, a criança interessada em aprender se transforma num leitor capaz. Sendo assim, pode-se dizer que a capacidade de ler está intimamente ligada a motivação. Infelizmente são poucos os pais que se dedicam efetivamente em estimular esta capacidade nos seus filhos. Outro fator que contribui positivamente em relação à leitura é a influência do professor. Nesta perspectiva, cabe ao professor desempenhar um importante papel: o de ensinar a criança a ler e a gostar de ler.
Professores que oferecem pequenas doses diárias de leitura agradável, sem forçar, mas com naturalidade, desenvolverão na criança um hábito que poderá acompanhá-la pela vida afora. Para desenvolver um programa de leitura equilibrado, que integre os conteúdos relacionados ao currículo escolar e ofereça uma certa variedade de livros de literatura como contos, fábulas e poesias, é preciso que o professor observe a idade cronológica da criança e principalmente o estágio de desenvolvimento de leitura em que ela se encontra. De acordo com Sandroni & Machado (1998, p.23) “o equilíbrio de um programa de leitura depende muito mais do bom senso e da habilidade do professor que de uma hipotética e inexistente classe homogênea”.
Assim, as condições necessárias ao desenvolvimento de hábitos positivos de leitura, incluem oportunidades para ler de todas as formas possíveis. Freqüentar livrarias, feiras de livros e bibliotecas são excelentes sugestões para tornar permanente o hábito de leitura.
Num mundo tão cheio de tecnologias em que se vive, onde todas as informações ou notícias, músicas, jogos, filmes, podem ser trocados por e-mails, cd’s e dvd’s o lugar do livro parece ter sido esquecido. Há muitos que pensem que o livro é coisa do passado, que na era da Internet, ele não tem muito sentido. Mas, quem conhece a importância da literatura na vida de uma pessoa, quem sabe o poder que tem uma história bem contada, quem sabe os benefícios que uma simples história pode proporcionar, com certeza haverá de dizer que não há tecnologia no mundo que substitua o prazer de tocar as páginas de um livro e encontrar nelas um mundo repleto de encantamento.
Se o professor acreditar que além de informar, instruir ou ensinar, o livro pode dar prazer, encontrará meios de mostrar isso à criança. E ela vai se interessar por ele, vai querer buscar no livro esta alegria e prazer. Tudo está em ter a chance de conhecer a grande magia que o livro proporciona. Enfim, a literatura infantil é um amplo campo de estudos que exige do professor conhecimento para saber adequar os livros às crianças, gerando um momento propício de prazer e estimulação para a leitura.
Trabalho científico apresentado à Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, como requisito parcial para a obtenção do Título de graduada em Licenciatura Específica em Português.
ELINE FERNANDES DE CASTRO

A importância de ouvir histórias

Ouvir histórias é um acontecimento tão prazeroso que desperta o interesse das pessoas em todas as idades. Se os adultos adoram ouvir uma boa história, um “bom causo”, a criança é capaz de se interessar e gostar ainda mais por elas, já que sua capacidade de imaginar é mais intensa.
A narrativa faz parte da vida da criança desde quando bebê, através da voz amada, dos acalantos e das canções de ninar, que mais tarde vão dando lugar às cantigas de roda, a narrativas curtas sobre crianças, animais ou natureza. Aqui, crianças bem pequenas, já demonstram seu interesse pelas histórias, batendo palmas, sorrindo, sentindo medo ou imitando algum personagem. Neste sentido, é fundamental para a formação da criança que ela ouça muitas histórias desde a mais tenra idade.
O primeiro contato da criança com um texto é realizado oralmente, quando o pai, a mãe, os avós ou outra pessoa conta-lhe os mais diversos tipos de histórias. A preferida, nesta fase, é a história da sua vida. A criança adora ouvir como foi que ela nasceu, ou fatos que aconteceram com ela ou com pessoas da sua família. À medida que cresce, já é capaz de escolher a história que quer ouvir, ou a parte da história que mais lhe agrada. É nesta fase, que as histórias vão tornando-se aos poucos mais extensas, mais detalhadas.
A criança passa a interagir com as histórias, acrescenta detalhes, personagens ou lembra de fatos que passaram despercebidos pelo contador. Essas histórias reais são fundamentais para que a criança estabeleça a sua identidade, compreender melhor as relações familiares. Outro fato relevante é o vínculo afetivo que se estabelece entre o contador das histórias e a criança. Contar e ouvir uma história aconchegado a quem se ama é compartilhar uma experiência gostosa, na descoberta do mundo das histórias e dos livros.
Algum tempo depois, as crianças passam a se interessar por histórias inventadas e pelas histórias dos livros, como: contos de fadas ou contos maravilhosos, poemas, ficção, etc. Têm nesta perspectiva, a possibilidade de envolver o real e o imaginário que de acordo com Sandroni & Machado (1998, p.15) afirmam que “os livros aumentam muito o prazer de imaginar coisas. A partir de histórias simples, a criança começa a reconhecer e interpretar sua experiência da vida real”.
É importante contar histórias mesmo para as crianças que já sabem ler, pois segundo Abramovich (1997, p.23) “quando a criança sabe ler é diferente sua relação com as histórias, porém, continua sentindo enorme prazer em ouvi-las”. Quando as crianças maiores ouvem as histórias, aprimoram a sua capacidade de imaginação, já que ouvi-las pode estimular o pensar, o desenhar, o escrever, o criar, o recriar. Num mundo hoje tão cheio de tecnologias, onde as informações estão tão prontas, a criança que não tiver a oportunidade de suscitar seu imaginário, poderá no futuro, ser um indivíduo sem criticidade, pouco criativo, sem sensibilidade para compreender a sua própria realidade.

Portanto, garantir a riqueza da vivência narrativa desde os primeiros anos de vida da criança contribui para o desenvolvimento do seu pensamento lógico e também de sua imaginação,que segundo Vigotsky (1992, p.128) caminham juntos: “a imaginação é um momento totalmente necessário, inseparável do pensamento realista.”. Neste sentido, o autor enfoca que na imaginação a direção da consciência tende a se afastar da realidade. Esse distanciamento da realidade através de uma história por exemplo, é essencial para uma penetração mais profunda na própria realidade: “afastamento do aspecto externo aparente da realidade dada imediatamente na percepção primária possibilita processos cada vez mais complexos, com a ajuda dos quais a cognição da realidade se complica e se enriquece. (VIGOTSKY, 1992, p.129) ”.
O contato da criança com o livro pode acontecer muito antes do que os adultos imaginam. Muitos pais acreditam que a criança que não sabe ler não se interessa por livros, portanto não precisa ter contato com eles. O que se percebe é bem ao contrário. Segundo Sandroni & Machado (2000, p.12) “a criança percebe desde muito cedo, que livro é uma coisa boa, que dá prazer”. As crianças bem pequenas interessam-se pelas cores, formas e figuras que os livros possuem e que mais tarde, darão significados a elas, identificando-as e nomeando-as.
É importante que o livro seja tocado pela criança, folheado, de forma que ela tenha um contato mais íntimo com o objeto do seu interesse.A partir daí, ela começa a gostar dos livros, percebe que eles fazem parte de um mundo fascinante, onde a fantasia apresenta-se por meio de palavras e desenhos. De acordo com Sandroni & Machado (1998, p.16) “o amor pelos livros não é coisa que apareça de repente”. É preciso ajudar a criança a descobrir o que eles podem oferecer. Assim, pais e professores têm um papel fundamental nesta descoberta: serem estimuladores e incentivadores da leitura.

Trabalho científico apresentado à Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, como requisito parcial para a obtenção do Título de graduada em Licenciatura Específica em Português.
ELINE FERNANDES DE CASTRO

Disponível em: http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/a-importancia-literatura-infantil-para-desenvolvimento.htm
Vídeo que mostra a aventura da Magali personagem  de Maurício de Souza,vivendo uma nova versão de Chapeuzinho Vermelho...super divertido!


O Teatro dos Contos de Fada que passava na TV Cultura nos anos 80 e 90, João e o Pé de Feijão.  Muito Legal !!!

sábado, 21 de maio de 2011

RODA DE LEITURA (Aula do dia 18 de maio de 2011)

No dia 18 de maio fizemos nossa primeira roda de leitura, foi espetacular, Gisely nossa querida professora abordou a importância da roda de leitura, e foram destrinchados elementos que fazem parte das rodas:
  •  É uma metodologia simples;
  •     Pode-se fazer uma roda temática (apenas com contos e fadas, apenas com romances, enfim fica a critério da organização e composição da roda);
  • O objetivo essencial da roda é indicar.
 Podemos perceber vários fatores que incorporam as rodas de leitura de acordo com artigo de Márcia Patrícia Barboza de Souza - Mestranda em Educação na Universidade Católica de Petrópolis; Especialista em Pesquisa e Docência no Ensino Superior e Língua Portuguesa; Professora de Língua Portuguesa da rede municipal de ensino de Juiz de Fora e da rede estadual de Minas Gerais.

As rodas de leitura trabalham com o ato de ler em sua essência: ler com prazer, ler para entender o escrito, ler para introduzir-se no mundo imaginário e trazê-lo à realidade, numa espécie de descoberta com a verdade. Assim, não se pode negar que a leitura em grupo amplia e ordena nossos conhecimentos.
A literatura nos mostra que as rodas de leitura contribuem de forma significativa na formação de novos leitores, melhoram a participação, o espírito crítico, a atenção e a criatividade do sujeito. O objetivo das rodas de leitura é compreender a essência do escrito num processo dialógico da linguagem, assim como aponta Bakhtin (1992). A leitura implica construção de sentidos, pois não se resume apenas em decodificar a mensagem, mas também absorver os múltiplos sentidos que ela proporciona.
Nas rodas de leitura é importante considerar a colaboração sem que haja a competição, pois uma vez que o objetivo do grupo seja constituir uma troca, a presença de alguém que queira se tornar o ‘dono da palavra’ pode inibir os demais participantes e assim não permitir a interação. Para que isso não aconteça, o leitor-guia deve ser experiente e promover a igualdade de participação.
As rodas de leitura se caracterizam por seu perfil de ‘compartilhamento’, no qual os participantes se reúnem em torno de um leitor-guia. Além disso, devem oferecer um ambiente favorável ao grupo, com um número médio de frequentadores, apresentando assuntos diversificados ou estudos aprofundados de um mesmo tema; também devem ser considerados o tempo e a intertextualidade, todos os critérios que auxiliam na ampliação dos horizontes de leitura pelos não-iniciados.
Reafirmando o pensamento de Yunes (1999, p.21), “ler em círculo não é novo: novo é o uso do círculo para aproximar os leitores na troca de suas interpretações”.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

YUNES, Eliana. Círculos de Leitura – teorizando a prática. In: Leitura: teoria e prática. ano 18, jun/1999, n. 28, Campinas: Mercado Aberto/ABL, p.17-21.

SUGESTÕES DE LEITURA DA RODA









Ruth Rocha – A primavera da Lagarta – Editora Formato











Pedro Bandeira - Ritinha Troca Bolas – Editora Moderna









Lúcia Pimentel Goés – A patota da pipoca – Editora Brasil América












Lygia Bojunga – A bolsa Amarela – Editora Casa Lygia Bonjunga

















Ziraldo – O menino Maluquinho – Editora Melhoramentos












Sônia Robatto  - Coletânea nana  nenê – Editora Globo


INDICAÇÃO DE VÍDEO

Neste vídeo temos um exemplo que pode e deve ser seguido...
Aconteceu nos dias 09 a 12 de novembro de 2010, a Catraca esteve na Região Serrana do Rio de Janeiro. O mote da roda de leitura foi " Uma Prosa com a Poesia". Integrou a programação do 'Paixão de Ler' no SESC Rio Também Se Apaixona.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Considerações acerca da Leitura do Texto: Os contos de Fadas



 O texto está presente no livro Introdução à Literatura para Crianças e Jovens  de Lucia Pimentel Goes, este que foi publicado pela editora Paulinas.
Lúcia Pimentel Góes nasceu em Amparo, interior de São Paulo. É formada em Música e em Direito, pós-doutorada em Comunicação e Semiótica na PUC-SP, professora livre-docente e titular da Faculdade de Letras da USP e autora de mais de 160 livros. Por Paulinas Editora publicou recentemente Pedacinhos alegres do Brasil, e mais: Jangada morena; O menino de olhos assustados; Vira, vira, vira lobisomem (livros infantis); Fábula brasileira ou fábula saborosa - Sábia - Divertida -Prudente - Criativa; Olhar de descoberta - Proposta analítica de livros que concentram várias linguagens, entre outros.
Agora iniciemos algumas considerações acerca da leitura, o mencionado texto tem linhas onde a linha mais psicológica é a questão das fadas que incorporam uma luta entre o bem e o mal, mas essa luta tem ressalvas, pois não se pode acreditar que o conto de fadas fará a criança decidir se ela seguirá como pessoa um caminho bom ou mal.
O conto de fada é terapêutico, pois a vida é tão confusa e injusta e o contos de fadas traz possíveis resoluções, ela funciona como processo de catarse, e para Aristóteles, filósofo grego, a Catarse é o meio através do qual o Homem purifica sua alma, através da representação trágica. Para ele, a tragédia é um estilo derivado da poética dramática, e consiste na reprodução de ações nobres, por intermédio de atores, os quais imitam no palco as desventuras dos heróis trágicos que, por escolhas mal realizadas, passam da felicidade para a infelicidade, provocando na platéia sentimentos de terror e piedade, purgando assim as emoções humanas. Desta forma, a catarse pode ser vista como pacificação e exaustão de forças embriagadoras e insanas que são invocadas pela tragédia, que por sua vez tem em sua raiz justamente esse mecanismo ritualístico herdado dos ditirambos (origem grega) criados para homenagear Dionísio, os quais evoluíram para a modalidade trágica. Com a decadência da literatura greco-romana, a catarse foi herdada por outros estilos poéticos, assumindo novas formas conforme a evolução histórica da poética.
Outro aspecto psicológico que o conto de fadas produz é que ele produz tranquilidade na criança, o triunfo do bem vai fazer com que a criança fique mais tranquila e calma.
Aspectos como intertextualidade faz parte do contos de fadas é um aspecto essencial para o conto, essa intertextualidade consiste na inserção de um texto dentro de outro texto, existem dois tipos de intertextualidade a “ampla – Um texto nunca nasce do nada, ele sempre tem outro referencial” e a “estrita- tem o mesmo significado que o amplo porém ele é proposital como por exemplo: as citações e as notas de rodapé” .

Por essas e muitas outras condições leiam e releiam os contos de fadas, contos não apenas para crianças são também para adultos, afinal nós também sentimos, sonhamos e imaginamos.

sábado, 7 de maio de 2011

Aula do Dia 30 de Março de 2011 - O que um leitor literário precisa saber para ser um bom leitor?

No dia 30 de março de 2011 iniciamos a aula com essa pergunta feita por Gisely, a maioria da turma ficou calada, mas logo após algumas pistas fomos descobrindo os caminhos corretos...As contribuições desta aula foram baseadas na leitura do texto “Andar Entre Livros” de Teresa Colomer.

Primeiramente tem que se saber o que é literatura, e para se saber o que é literatura, precisa-se de prática, pois apenas por meio dela pode-se experimentar o que é a literatura.
Vale ressaltar que a construção de um bom leitor literário não é uma tarefa fácil, mas sim é uma atividade árdua, demorada e constante. Hoje a literatura está em todo o mundo, ela perpassa a escola e muitas vezes a escola ainda não aproveita essa intensidade pela leitura.

Já dizia Izabel Solé: “A gente pode até aceitar que o humano aceite não ser leitor, mas não podemos aceitar que ele não tenha escolha”.  
Deve-se pensar também aquela visão tradicional da leitura: “Que a leitura é ruim que ela pode ser aversiva”.

Precisamos entender que a leitura não é ruim e que ela tem dimensões que integram:
·       O Intelectual;
·       O Afetivo – emocional – “de maneira subjetiva”
·       Cognitiva – “no sentido de aprender”

Diante dessas considerações podemos entender como a formação de um bom leitor literário acontece, e como se dá todo o processo.       

Laura Antunes e Adjane dos Santos

domingo, 24 de abril de 2011

Processo Histórico da Literatura Infantil e Seus Conceitos

A história da literatura infantil tem relativamente poucos capítulos. Começa a delinear-se no inicio do século XVIII, quando a criança passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, que a preparasse para a vida adulta. Cunha (1988, p. 19)
 É a partir desse período que a criança passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, que a preparasse para a vida adulta.
O século XVIII, é marcado por grandes transformações sociais e econômicas, no âmbito social surge uma nova classe denominada burguesia, esta classe buscava estabilidade no poder por meio da intelectualização é nesse período que grandes artistas, pintores e escritores são valorizados, e como é de conhecimento de todos, que a educação é a grande arma de um país, há uma reorganização escolar e, juntamente a essa, a Literatura Infantil floresce.

Considerando Regina Zilberman, em seu comentário sobre o surgimento da Literatura Infantil.
 Antes da constituição deste modelo familiar burguês, inexistia uma consideração especial para a infância. Essa faixa etária não era percebida como um tempo diferente o mundo da criança como espaços separados pequenos e grandes compartilhavam dos mesmos eventos, porém nenhum ato amoroso especial os aproximava. A nova valorização da infância gerou maior união familiar, mas igualmente os meios de controle do desenvolvimento intelectual da criança e manipulação de suas emoções (ZILBERMAN apud CUNHA, 1988, p. 19)
 No Brasil tivemos escrevendo Literatura Infantil José Renato Monteiro Lobato, mais conhecido como, Monteiro Lobato, foi ele o primeiro escritor, que teve o respeito e o compromisso para com a infância, pois despertou um mundo de fantasias adormecido no imaginário infantil.
Cunha (1988, p. 20) destaca que com Monteiro Lobato é que tem início a verdadeira literatura infantil brasileira. Com uma obra diversificada quanto a gêneros e orientação. 

Monteiro Lobato cria uma literatura centrada em personagens que percorrem e unificam seu universo ficcional, o autor com toda certeza, revolucionou a Literatura Infantil. Seu ápice foi a obra “Sitio do Pica-Pau Amarelo”, pois nascia aí um verdadeiro universo fabuloso destinado à criança.
Monteiro Lobato, conseguiu resgatar o universo mágico que existe no imaginário de cada criança, e as fez sonhar com um mundo que só existe nos sonhos infantis, deste modo ajudou muitas crianças na boa formação de caráter, pois suas obras além de conter muita criatividade, retratam o certo e o errado de uma maneira sutil e delicada, que somente quem é criança consegue interpretar
Hoje, quando se fala em criança, pode-se perceber que a literatura infantil é indispensável tanto na escola, como em outros meios institucionais que trabalham para o desenvolvimento intelectual e emocional da criança.
Como afirma Zilberman (1985, p.13)“Esta faixa etária não era percebida como um tempo diferente, nem o mundo da criança como um espaço separado. Pequenos e grandes compartilhavam dos mesmos eventos, porém nenhum laço  amoroso especial os aproximava”.

Sandra Vaz de Lima
Nascida no município de Telêmaco Borba - Paraná. Graduada em Letras/ Inglês/Espanhol e Pedagogia. Especialista em Educação Especial e Psicopedagogia Clinica/ Institucional. Atua na área de Educação Especial na Rede Municipal e Estadual, e na Formação de Docentes.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Monteiro Lobato completaria 129 anos no dia 18/04/2011

Emília, Dona Benta, Narizinho e Pedrinho. Quem não conhece esses personagens? A turma do Sítio do Pica-pau Amarelo foi criada por José Bento Monteiro Lobato, que completaria nesta segunda-feira (18) 129 anos. A obra dele persiste até hoje como referência no campo de literatura infantil brasileira, embora Monteiro Lobato também tenha escrito livros adultos.
Monteiro Lobato nasceu em 18 de abril de 1882 em Taubaté, São Paulo, e estreou na literatura com pequenos contos para os jornais estudantis dos colégios Kennedy e Paulista, onde estudou. Cursou Direito na Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, mas sempre se dedicou às suas paixões: escrever e desenhar. Ilustrou diversas publicações dos alunos, vencendo um concurso literário promovido em 1904 pelo Centro Acadêmico XI de Agosto. Lobato leu bastante e entrou em contato com a obra do filósofo alemão Nietzsche, cujo pensamento guiou sua obra.
Em 1909, participou de um concurso de cartazes no Rio de Janeiro, colaborando com desenhos para revistas como Fon-Fon e Vida Moderna. Também ilustrou a capa de seu primeiro livro, Urupês. Então, apresentou seu personagem-símbolo, o Jeca Tatu. Preguiçoso e adepto da "lei do menor esforço", Jeca era completamente diferente dos caipiras e indígenas idealizados pelos escritores românticos do início do século 19, como José de Alencar.

LITERATURA INFANTIL - No Natal de 1920, surge sua primeira história infantil: "A menina do narizinho arrebitado". Com capa e desenhos de Voltolino, famoso ilustrador da época, o livrinho fez - e ainda faz - o maior sucesso. Então, a turma do Sítio do Pica-pau Amarelo se solidificou como favorita de muitos jovens em novos episódios, tendo sempre como personagens Dona Benta, Pedrinho, Narizinho, Tia Nastácia e Emília, a boneca de pano falante e arteira.

Sua intenção era criar aventuras com figuras bem brasileiras, recuperando costumes da roça e lendas do folclore nacional. Seus personagens, depois, misturaram-se com elementos da literatura universal, mitologia grega, quadrinhos e cinema, atraindo as crianças para universos antes desconhecidos. Através do personagem Visconde de Sabugosa, um grande sabe-tudo, o autor transmitia também conhecimentos e idéias de história, geografia e matemática.

As histórias renderam muitas publicações, tiveram muito sucesso; porém, na década de 20, Lobato enfrentou crises em seus negócios. A Revolução dos Tenentes, em julho de 1924, paralisou as atividades da sua empresa durante dois meses, gerando grande prejuízo. Então, seguiu-se uma inesperada seca, com corte no fornecimento de energia - o maquinário gráfico passou a funcionar apenas dois dias por semana. Por fim, com a desvalorização da moeda da época e suspensão do redesconto de títulos pelo Banco do Brasil, Lobato se viu com um enorme rombo financeiro e muitas dívidas.
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